No início dessa postagem, convidamos você a ouvir a canção "Arrasta-nos" da Comunidade Shalom e recordar sua caminhada com o Senhor até o dia de hoje (caso você tenha uma caminhada com Cristo, lembre-se de todo passo que você já deu, toda queda, toda dificuldade que você já enfrentou) e peça a graça de correr ao encontro do Senhor, em reparação a todo tempo perdido: http://www.youtube.com/watch?v=t-DItk3btbo
Nesta maravilhosa Quinta-feira queremos refletir e nos aprofundar mais uma vez no mistério de Cristo Jesus, que foi instituído por seu amor incondicional a nós, e hoje, entenderemos o sentido profundo dessa atitude do nosso Salvador e um dos principais motivos pelo qual deve ser celebrado e que o mundo moderno está nos afastando e nos fazendo esquecer: o memorial da paixão de Jesus.
O que significa memorial da paixão? Por que esse nome? Como podemos viver melhor o mistério de Cristo? Como isso pode nos levar a caminhar com mais firmeza com nosso Deus? Isso é uma opção ou uma necessidade?
Exatamente a um ano atrás, refletimos nesse mesmo feriado de Corpus Christi, sobre o que é o corpo de Cristo, refletimos sobre a instituição desse sacramento pelo próprio Cristo (acesse a postagem "Corpus Christi") que é o centro e a vida da Igreja Católica.
O beato João Paulo II escreveu no documento Ecclesia de Eucharistia: "A IGREJA VIVE DA EUCARISTIA." E ele continua no mesmo documento (que pode ser chamado Carta Encíclica):
"Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. É com alegria que ela experimenta, de diversas maneiras, a realização incessante desta promessa: « Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo » (Mt 28, 20); mas, na sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no corpo e no sangue do Senhor, goza desta presença com uma intensidade ímpar. Desde o Pentecostes, quando a Igreja, povo da nova aliança, iniciou a sua peregrinação para a pátria celeste, este sacramento divino foi ritmando os seus dias, enchendo-os de consoladora esperança.
O Concílio Vaticano II justamente afirmou que o sacrifício eucarístico é « fonte e centro de toda a vida cristã ». Com efeito, « na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo ». Por isso, o olhar da Igreja volta-se continuamente para o seu Senhor, presente no sacramento do Altar, onde descobre a plena manifestação do seu imenso amor."
Perceba as palavras cheias de fogo e de amor a Jesus Eucarístico que esse papa tão santo e tão maravilhoso escreveu, para nos levar a experiência do Santíssimo Sacramento que dá vida, sustenta, alimenta, fortalece, ensina, molda, encoraja, santifica e envia a Igreja em missão, pois não é um objeto, não é uma mentira, não é uma brincadeira, mas é o próprio Jesus Cristo que sacramenta a Si mesmo para se dar a nós (em outras postagens aprofundaremos o tema Sacramentos). Jesus é o Sacramento dos sacramentos!
O querido e amado Papa Paulo VI escreveu em sua Carta Encíclica Mysterium Fidei que nada há mais suave na Terra e nada mais eficaz para nos conduzir nos caminhos da santidade do que Jesus Sacramentado (n° 69).Na semana passada refletimos sobre a mulher escolhida por Deus entre todas as mulheres de todos os tempos, para gerar seu filho na Terra: a santíssima Virgem Maria. Hoje estamos refletindo sobre o memorial da paixão do Senhor, ao qual temos como fruto o Santíssimo Sacramento que podemos chamar Jesus Sacramentado, Jesus Eucarístico, Eucaristia, Hóstia Consagrada, entre outros, que é trazido para nós em cada missa (que entenderemos melhor quando, em outras postagens, aprofundarmo-nos no mistério da Santa Missa).
São João Bosco teve um sonho profético em que uma barca era conduzida por um homem que remava em meio a uma tempestade e havia duas colunas em que essa barca se apoiava: de um lado estava escrito 'Salvação dos que creem' e havia uma Hóstia Sagrada; do outro lado estava escrito 'Auxiliadora dos cristãos' e havia uma imagem de Nossa Senhora.
A revelação desse sonho que São João Bosco recebeu do Senhor é a seguinte: a barca é a Santa Igreja Católica, que vive em meio às tribulações desse mundo conturbado pelo pecado, onde quem rema e conduz a barca é o Santo Padre, o papa e os dois sustentos e colunas dessa Igreja são Jesus Eucarístico e a Virgem Maria. Portanto, se você é católico, se alegre ao ler essa postagem, pois se você está fraco ou não tem forças para caminhar, você agora sabe onde se apoiar!
Para entrarmos de cabeça no tema e para fechar esse raciocínio com chave de ouro deixamos uma frase de São Felipe Neri para incentivar todos os jovens na vida da santidade e castidade (em outras postagens aprofundaremos nesses dois temas): "A devoção ao Santíssimo Sacramento e a devoção à santíssima Virgem são, não o melhor, o único meio para se conservar um coração puro aos vinte anos. Não pode haver castidade sem a Eucaristia."
Talvez você esteja se perguntando o que essa segunda imagem de Jesus Cristo morto na cruz, todo chagado e crucificado, tem a ver com a primeira imagem que colocamos acima, de um cálice e um pão. Para nossos irmãos de outras religiões isso é uma dúvida normal, mas para os católicos isso não deveria precisar de respostas, porque é o que vivemos e aprendemos desde o primeiro momento em que nos tornamos católicos, isto é, somos batizados e recebemos os sacramentos.
As coisas parecem que estão muito confusas hoje em dia. Muitos não entendem mais nada, outros querem interpretar do seu jeito, outros ainda querem adaptar a verdade a uma versão mais agradável. É o caso, infelizmente, de nossos irmãos cristãos, separados da Igreja Católica, que não creem e não vivem apoiados nesse mistério de Cristo, que é atualizado a cada dia na Santa Igreja.
Quando o próprio Jesus disse ISTO É O MEU CORPO no discurso do pão da vida (cf. Jo 6) muitos deixaram de segui-lo, mas Ele não voltou atrás porque não estava brincando, porque não se tratava de uma simbologia ou um simples memorial, contudo de uma verdade profunda que precisamos assumir e viver em nossa vida.
Com São Paulo queremos entender esse memorial:
"Eu recebi do Senhor o que vos transmiti, que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que Ele venha. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice." (1Cor 11,23-28)
NA ÚLTIMA CEIA, JESUS AMOU E SE CONSUMIU DE AMOR PELOS SEUS QUERIDOS ATÉ O FIM (cf. Jo 13,1). ELE NÃO DESISTIU DE AMAR PORQUE ELE ESCOLHEU E CONTINUA A ESCOLHER-NOS NO MUNDO, NÃO PARA SERMOS MUNDANOS, NÃO PARA SAIRMOS DO MUNDO, MAS, PARA NO MUNDO, DARMOS TESTEMUNHO, SERMOS CRISTÃOS E PRODUZIR MUITOS FRUTOS.
Foi na Última Ceia também que Cristo fez esses gestos que São Paulo transmitiu à comunidade de Corinto e hoje transmite a cada um de nós. Jesus Cristo, em toda a sua divindade e glória, deu-se em comida e em bebida nas espécies do pão e do vinho. E após pronunciar a benção de ação de graças (pois é isso que significa Eucaristia - ação de graças) disse "Isto é o meu corpo, FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM." Em seguida, tomou o cálice e disse "Isto é a nova aliança no meu sangue, todas as vezes que o beberdes, FAZEI-O EM MEMÓRIA DE MIM."
Jesus disse que precisamos repetir esse seu gesto e sempre fazer isso em memória d'Ele, lembrando do Senhor, de suas palavras, do que Ele fez. Ele não disse: 'Eu gostaria que vocês fizessem isso lembrando de mim, meus amigos', ou 'Se vocês quiserem, façam isso para lembrar-se', ou até 'Pode ser que vocês façam isso'; mas Ele disse 'fazei!' que é uma ordem. Portanto, já respondemos uma de nossas questões, que não é uma opção ou uma escolha, mas uma necessidade pois é uma ordem de Cristo!
O que Jesus queria que nos lembrássemos? O que foi a Última Ceia? Foi a preparação para a entrega de Jesus Cristo ao Pai e prefigurou sua entrega na cruz, doando-se por nós, para a nossa salvação. Foi o momento em que Jesus doou-se e como sacrifício, ofereceu-se nas matérias do pão e do vinho, pois estes foram consagrados por Ele mesmo e os apóstolos comeram e beberam seu corpo e sangue, alma e divindade.
Em cada Santa Missa, um sacerdote consagrado (que é um homem que após uma longa caminhada, muito estudo e oração, que teve suas mãos ungidas por um Bispo - outro momento refletiremos sobre o sacerdócio) tem a graça de poder consagrar o pão e o vinho para que transformem-se no Corpo e no Sangue de Cristo. A esse mistério, que não entendemos com a razão, mas que cremos com o coração, chamamos de Transubstanciação!
Santo Tomás de Aquino dizia que comemos e mastigamos a carne e os ossos de Cristo quando O recebemos na missa, de forma física, eucarística. É incrível e magnífico o mistério da nossa fé, pois Ele não está particionado ou despedaçado, mas inteiro, físico, completo, todo poderoso, mas também frágil, escondido sob o véu do Sacramento, pois faz-se 'uma coisa' (pão e vinho consagrados) para unir-se melhor a nós. Infelizmente quantos são os que O desprezam, mesmo conhecendo-O, sem contar aqueles que O profanam (mas isso é o tema para uma outra postagem).
O autor da carta aos Hebreus nos explica:
"Cristo se ofereceu uma só vez para tomar sobre Si os pecados da multidão, e aparecerá uma segunda vez, não porém em razão do pecado, mas para trazer a salvação àqueles que O esperam." (Hb 9,28)
Em cada Santa Missa acontece o memorial da paixão do Senhor, pois Ele assim ordenou para lembrar-nos do que Ele fez. É exatamente para nos lembrar do seu sacrifício na cruz, na Igreja Católica, a missa é chamada de "O drama do Calvário" (pelo beato João Paulo II), a renovação, a atualização do único e eterno sacrifício de Jesus Cristo, que uma única vez ofereceu-se para tirar o pecado do mundo, e continua aparecendo no altar, para tirar esse pecado, pois Ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (cf. Jo 1,29).
Muitas pessoas pregam contra isso que acontece todos os dias na Santa Igreja, baseado nessa passagem do livro de Hebreus, pois Cristo ofereceu-se uma única vez e todo pecado do mundo já foi tirado. Mas a verdade é que não paramos de pecar por causa do sacrifício de Jesus! Continuamos a pecar e o que acontece em cada missa não é um novo sacrifício, mas, como escrevemos, a ATUALIZAÇÃO DO ÚNICO E ETERNO SACRIFÍCIO!
Está escrito no catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 1330:
"Santo Sacrifício, porque atualiza o único sacrifício de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou também santo sacrifício da Missa, sacrifício de louvor (cf. Hb 13,15), sacrifício espiritual, sacrifício puro e santo, pois realiza e supera todos os sacrifícios da Antiga Aliança."
NA ÚLTIMA CEIA, A MISSA QUE JESUS CELEBROU PREFIGUROU O SACRIFÍCIO NA CRUZ E CADA SANTA MISSA TRAZ PRESENTE ESSE SACRIFÍCIO DE JESUS, NÃO PERMITINDO QUE SE PERCA A MEMÓRIA, COM UM PRINCIPAL MOTIVO: LEVAR-NOS A LEMBRAR DA ENTREGA DO SENHOR E A REVIVER O SEU AMOR POR NÓS.
Durante muito tempo eu não aceitei e não conseguia entender o porquê da Igreja tratar como 'Memorial da Paixão' o mistério da Missa, pois não é uma memória, não é um teatro que acontece, mas a entrega real do Senhor, a atualização do seu sacrifício. Foi durante essa semana que o Senhor me levou a refletir na profundidade dessa terminologia.
Memorial porque recordamos e revivemos esse maravilhoso momento da vida de Jesus. Memorial da Paixão porque nos lembramos que Jesus morreu na cruz pela nossa salvação e ELE QUER QUE CONSTANTEMENTE CONTINUEMOS FAZENDO MEMÓRIA E NÃO ESQUEÇAMOS DO SEU SACRIFÍCIO. Perceba como a Igreja Santa e Católica é sábia. Ela nos ensina a não esquecer de Jesus!
O catecismo da Igreja Católica vai pronunciar-se da seguinte forma nos parágrafos 610 e 611:
"Jesus expressou de modo supremo a oferta livre de Si mesmo na refeição que tomou com os Doze Apóstolos na noite em que foi entregue (cf. 1Cor 11,23). Na véspera de sua Paixão, quando ainda estava em liberdade, Jesus fez desta Última Ceia com seus apóstolos o memorial de sua oferta voluntária ao Pai pela salvação dos homens: 'Isto é o meu corpo que é dado por vós' (Lc 22,19). 'Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramados por muitos para remissão dos pecados' (cf. Mt 26,28).
A Eucaristia que instituiu naquele momento será o memorial de seu sacrifício. Jesus inclui os apóstolos em sua própria oferta e lhes pede que a perpetuem. Com isso, institui seus apóstolos sacerdotes da Nova Aliança: 'Por eles, a mim mesmo me santifico, para que sejam santificados na verdade' (Jo 17,19)."
Mas é um mistério tão grandioso e tremendo esse memorial da paixão de Cristo, que não compreende apenas esse momento da sua vida, mas por causa da sua ressurreição, é um mistério completo, pois não parou na morte do Senhor, mas chegou à plenitude da glória no céu, e é para lá que todos os que se alimentam d'Ele se preparam para ir.
Jesus mesmo disse:
"Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia." (Jo 6,51.54)
Tanto Jesus quis que não nos esquecêssemos da sua paixão e tivéssemos devoção a sua entrega na cruz, que quando os apóstolos tinham se esquecido da importância desse mistério glorioso, Ele próprio fez questão de lembrá-los, ressuscitado entre eles:
"Depois disso, tornou Jesus a manifestar-se aos seus discípulos junto ao lago de Tiberíades. Manifestou-se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé (chamado Dídimo), Natanael (que era de Caná da Galileia), os filhos de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe eles: Também nós vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam. Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não o reconheceram. Perguntou-lhes Jesus: Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer? Não, responderam-lhe. Disse-lhes ele: Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis. Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes. Então aquele discípulo, que Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor! Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se às águas. Os outros discípulos vieram na barca, arrastando a rede dos peixes (pois não estavam longe da terra, senão cerca de duzentos côvados). Ao saltarem em terra, viram umas brasas preparadas e um peixe em cima delas, e pão. Disse-lhes Jesus: Trazei aqui alguns dos peixes que agora apanhastes. Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinquenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousou perguntar-lhe: Quem és tu?, pois bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e lhos deu, e do mesmo modo o peixe. Era esta já a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado." (Jo 21,1-14)
Em outro momento, dois discípulos voltavam para casa, tristes e cabisbaixos porque aquele em que tinham posto a esperança e a confiança tinha morrido numa cruz. Mas não sabiam que Ele tinha ressuscitado:
"Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado. Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram. Perguntou-lhes, então: De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes? Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias? Perguntou-lhes ele: Que foi? Disseram: A respeito de Jesus de Nazaré... Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel e agora, além de tudo isto, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam. É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; e não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram. Jesus lhes disse: Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória? E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras. Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. Mas eles forçaram-no a parar: Fica conosco, já é tarde e já declina o dia. Entrou então com eles. Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram... mas ele desapareceu. Diziam então um para o outro: Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. Todos diziam: O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão. Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão." (Lc 24,13-35)
Essa é a forma que podemos viver melhor o mistério de Cristo, tendo o nosso coração abrasado pela palavra do Senhor. E é claro que isso vai SEMPRE nos levar a estar mais próximos do nosso Deus, pois ao partir o pão, em cada Santa Missa, em cada atualização desse sacrifício, temos nossos olhos abertos.
Que façamos a mesma coisa que os discípulos de Emaús (Cléofas e Maria, sua mulher) pedindo ao Senhor que fique conosco, abrindo o nosso coração em oração para que Ele nos dê forças para caminhar com firmeza, pois Jesus Sacramentado, dentro de nós, edifica nossa vida em Si mesmo, pois Ele é a nossa rocha:
"Amado Jesus, Tu que Te deste todo em alimento, em refeição, em sacrifício e quis instituir na última ceia o mistério da páscoa, da tua entrega na cruz, da tua entrega ao Pai para nossa salvação, dá-me a graça de crer e de amar com veemência e empenho o memorial da tua paixão. Eu me abro e peço a graça de amar a Santa Missa, pois é nela que o Senhor me mostra como Tu me amas e a que ponto chega o teu amor por mim e pela humanidade. Quero me aprofundar e me entregar todo a Ti, para me deixar eucaristizar pela tua presença santa e poderosa.
Enche-me de zelo, de amor, de um sentimento profundo de gratidão e de carinho para com o partir do pão que o Senhor quis e quer que eu sempre me lembre, pois é aprofundando-me no grandioso e tremendo mistério do teu amor na cruz que eu vou poder colher as graças especiais, o amor, a cura, a libertação, a salvação que jorra do calvário por causa do Senhor, não só para a minha vida, mas para toda a minha família.
Derrama sobre mim o poder do teu Espírito Santo para que eu compreenda, viva, ame, me gaste e me consuma por amor a Ti, como uma vela que se queima e se derrete no altar. Dá-me força, Espírito Santo de Deus, pois eu não consigo permanecer muito tempo vivendo e buscando com intensidade o aprofundamento no Senhor, da forma que Ele deseja. Santifica minha vida, intensifica em mim teu poder e tua unção para que eu seja um instrumento do teu louvor e da tua adoração. Ofereço o meu coração ao Senhor. Habita-me, renova-me, queima-me e prepara-me para eu receber o Senhor dentro de mim, Espírito Santo. Organiza minha casa interior para receber o meu Deus, em alimento vivo e verdadeiro.
Jesus, Tu que disseste ser o pão vivo descido do céu e quem comesse desse pão viveria eternamente e o Senhor o ressuscitaria no último dia, eu te peço neste momento a graça de viver uma vida eucarística, pois eu sou um membro do Teu corpo místico, também sou a Igreja e preciso ser sustentado, pela tua mãe e pelo Senhor, o alimento da alma, do espírito e do corpo, e quero ressuscitar no último dia. Alimenta em meu coração a fome e sede da Tua presença e vem saciar a minha fome e a minha sede. Eu te quero Senhor. Eu te desejo. Vem ao meu coração para curar-me, vem à minha alma para santificar-me, ao meu espírito para salvar-me, à minha vida para renovar-me, à minha história para refazer-me e transforma tudo o que há em mim, que não é agradável a Ti, fazendo superabundar a tua graça em tudo em mim que há carência.
Quero te exaltar, glorificar, engrandecer, honrar e louvar com todo o meu ser. Te agradeço porque o Senhor se dá a mim nesse memorial perpétuo e infinito de amor e de santidade. Quero te enaltecer porque não há ninguém como o Senhor Jesus. Nada preenche o meu coração e sacia a sede da minha alma como o teu amor. Te exalto pela presença do teu Espírito e por essa ação maravilhosa que o Espírito Santo realiza em mim, dando-me o dom da fortaleza, do temor ao Senhor e da vontade de ser santo. Glórias a Ti, Pai amado, porque entregas o Teu Filho para me salvar e o Teu Espírito Santo para me levar a viver essa salvação. Obrigado Senhor Deus! Amém."
Em resumo, esse memorial da paixão do Senhor é a atualização do seu amor infinito e maravilhoso por cada um de nós. Com a Comunidade Shalom cantando "Teu amor me sustentará", permitamos que o amor eucarístico do Senhor nos sustente: http://www.youtube.com/watch?v=eem9Lu9Ea9Q
Com a canção do Walmir Alencar, "Ao partir do pão" convidamos você a fazer essa experiência que não se resume apenas nessa postagem, mas vai se estender em cada Missa: http://www.youtube.com/watch?v=TflafT_08Jg
Encerramos a noite deixando a letra dessa maravilhosa canção, para que sejamos levados a refletir mais profundamente sobre o memorial da paixão do Senhor, para que a música fique gravada em nosso coração, nessa cena de Cristo com esses dois discípulos.
♪♫Quem podia imaginar que aquela cruz era só o começo de uma história de amor.
Comentavam com grande dor tudo o que se passou e jamais esperavam reencontrar o Senhor. Aconteceu sem mesmo esperar, Ele apareceu em meio aos discípulos a caminhar, falava de amor e o som de sua voz abrasava os seus corações, e diziam: Senhor fica conosco, é tarde e o dia declina, quase sem esperança partimos sem direção. Mas ao redor da mesa se abriram os nossos olhos, te reconhecemos ao partir do pão. Já não chore Jerusalém, a alegria voltou. Teu senhor está vivo, Ele ressuscitou. ♫♪
Que Deus nos abençoe e nos leve a vivenciar com mais intensidade o mistério do memorial da paixão de Cristo.
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