quinta-feira

A loucura da FÉ

"A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." (Hb 11,1)

Nossa caminhada rumo ao céu precisa ser alimentada pela força da fé. A fé é uma certeza! A fé é um dom! "Pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis" (Rom 12,29). Isso significa que uma vez que Deus nos dá esse dom, Ele não volta atrás e não pega de volta. Somos nós que muitas vezes renunciamos a nossa fé, por não vivermos nela e por ela, e deixamos de lado os dons de Deus. (Em outra postagem falaremos mais sobre os dons de Deus). Nossas dúvidas precisam ser esclarecidas para que nossa fé seja apurada e demos passos movidos pela coragem que a fé nos proporciona. Precisamos crescer em sintonia com o corpo, a alma e o espírito, assim como Jesus crescia "em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens." (Lc 2,52).
A coragem é a força (ação) do coração. Quando a fé nos orienta nosso coração nos impulsiona para que sejamos instrumentos nas mãos de Deus e Ele nos use conforme Ele deseja. Assim podemos agradar a Deus e dar liberdade para Ele agir em nós e através de nós, invocando aquele que nós cremos (cf. Rom 10,14). "Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram." (Hb 11,6) 
Ninguém ama aquilo que não conhece e não sabe seu valor. É por isso que Deus nos respeita mais do que nós mesmos, pois nos conhece, sabe nosso valor e quer o nosso melhor. Se damos liberdade para Deus, Ele pode agir em nós, nos dar vida e vida em abundância (cf. Jo 10,10) e nos dar o alimento que é Ele mesmo, nosso PÃO DA VIDA (cf. Jo 6,55) para sustentar essa vida em nós. Para isso ELE bate na porta do nosso coração e espera que lhe abramos a porta, ouvindo sua voz, para que Ele entre e ceie conosco e nós ceiemos com Ele (cf. Ap 3,20). Deus sempre quer estar perto de nós (quando damos um passo na direção de Deus, Ele dá sete passsos na nossa direção) mas nós temos que convidá-Lo porque Ele é educado e não se intromete onde não é chamado.
Se a nossa escolha é estar ao lado de Deus, temos que confessar abertamente e proclamá-Lo como nosso Senhor, dando assim, liberdade ao Espírito Santo de Deus que habita em nós e que nos ensina: "Ninguém falando sob a ação divina, pode dizer: 'Jesus seja maldito'; e ninguém pode dizer: 'Jesus é o Senhor', senão sob a ação do Espírito Santo." (1Cor 12,3)
A fé nos orienta, nos cativa, nos anima, nos leva a fazer coisas que não pensávamos ser capazes...Contagiados por tal esperança, devemos ou escolher por servir única e exclusivamente a Deus, sendo inteiramente dELE (cf. Dt 18,13) ou escolher exclusivamente pelo caminho da morte, porque os indecisos serão vomitados da boca de Deus (cf. Ap 3,15)...
"Dizei somente: 'Sim', se é sim; 'não', se é não. Tudo o que passa além disto vem do Maligno" (Mt 5,37)
A fé é toda essa maravilha e muito mais! Mas, que a fé nos orienta e direciona já sabemos. Agora precisamos saber: o que alimenta a fé? De onde ela vem? São Paulo nos explica, porque aprendeu com Jesus, a partir da sua experiência pessoal e abertura a graça de Deus. "Logo, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo." (Rom 10,17)
Então sabemos que a fé é um dom, uma graça de salvação que Deus nos dá. E a fé nos alimenta e é alimentada pela força da palavra de Deus. São Paulo nos ensina que o Evangelho é uma força vinda de Deus para a salvação de todo o que crê (cf. Rom 1,16). Lendo a carta de São Paulo a Romanos, descobrimos que não é pela lei que somos salvos e justificados e sim pela fé (cf. Hb 2,4). O capítulo 11 de Hebreus nos descreve toda a história da salvação e os homens e mulheres, que alicerçados na fé, fizeram loucuras e moveram montanhas.
Portanto, sejamos movidos pela força da fé e deixemos que Deus nos conduza pelo seu caminho de justiça, de verdade e de amor que se concretiza nas ações cotidianas e na decisão da santidade diária. Assim como os santos, deixemo-nos guiar pela loucura da fé:

"Graças à sua fé conquistaram reinos, praticaram a justiça, viram se realizar as promessas. Taparam bocas de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio de espada, triunfaram de enfermidades, foram corajosos na guerra e puseram em debandada exércitos estrangeiros. Devolveram vivos às suas mães os filhos mortos. Alguns foram torturados, por recusarem ser libertados, movidos pela esperança de uma ressurreição mais gloriosa. Outros sofreram escárnio e açoites, cadeias e prisões. Foram apedrejados, massacrados, serrados ao meio, mortos a fio de espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelha e de cabra, necessitados de tudo, perseguidos e maltratados, homens de que o mundo não era digno! Refugiaram-se nas solidões das montanhas, nas cavernas e em antros subterrâneos. E, no entanto, todos estes mártires da fé não conheceram a realização das promessas! Porque Deus, que tinha para nós uma sorte melhor, não quis que eles chegassem sem nós à perfeição (da felicidade)." (Hb 11,33-40)