Com o coração inspirado por uma palavra amiga de direção refletiremos hoje sobre a nossa vivência com Deus. Como você está vivendo com Deus? (se Ele tem feito parte da sua vida) Como você tem seguido a Cristo? Existem muitas leis no seu cotidiano? Existem muitas regras? Você tem sido escravo de alguma coisa? O amor tem feito parte do seu dia-a-dia? Queremos aprofundar e esclarecer pontos importantes para que apliquemos em todas as áreas da nossa vida!
Vamos iniciar com a poderosa Palavra de Deus:
"Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo." (Jo 8,34)
Ahhh irmãos, começamos já descendo a lenha no pecado! Porque o pecado é tão maldito que chega a nos afastar de Deus... Mas veja que engraçado: Deus NUNCA se afasta de nós, independente do que nos aconteça, somos nós que nos afastamos dEle várias vezes porque nos entregamos ao pecado; nos entregamos aos desejos desenfreados da nossa carne e nos deixamos levar pelas nossas fraquezas. É certo que nunca vamos deixar de ter desejos (tema que vamos aprofundar em outras postagens), mas não podemos nos entregar ao desejo; uma vez que o desejo é passageiro, diferente de uma vontade, por exemplo.
Você clama, pede, ora, eleva sua súplica, chora na presença de Deus, faz propósitos, faz jejuns, faz penitências e pede graças para o Senhor e parece que Ele não ouve, não atende, até o ponto que você deseja abandonar esse caminho de Deus? E prefere acreditar que Ele não exista? Vejamos o que diz o profeta Isaías:
"Não, não é a mão do Senhor que é incapaz de salvar, nem seu ouvido demasiado surdo para ouvir, são vossos pecados que colocaram uma barreira entre vós e vosso Deus. Vossas faltas são o motivo pelo qual a Face se oculta para não vos ouvir." (Is 59,1-2)
Se Deus nunca se afasta de nós, porque o pecado é uma barreira e a sua santa face se oculta? Porque Deus é santo, e nenhum pecado chega a Ele, nenhuma impureza pode chegar a Ele. O céu é santo, é puro, é pefeito. Nada de impuro entra no céu! Nem nós mesmos, se estivermos impuros quando morrermos não entraremos. Deus não se afasta, mas nós O obrigamos a ocultar a face, porque não vivemos santidade.
Quantas pessoas, infelizmente, abandonam os compromissos com o Senhor, abandonam a comunidade, abandonam sua vida de oração, abandonam o caminho de Deus, abandonam a Santa Igreja, abandonam tudo o que é sagrado e lhes lembra de Deus, por causa dos problemas, das dificuldades, das coisas que se levantam para nos afastar da graça e da comuhão com o Senhor (tema que refletiremos em outra postagem) mas não tem coragem de abandonar o pecado! Eis a maior prova de que tornaram-se escravos: não conseguem se libertar!
Hoje são comuns os vícios na sociedade anti-cristã que vivemos... Uma pessoa embriagada, uma pessoa drogada, uma pessoa viciada em televisão, viciada em jogos (aprofundaremos em outras postagens esse tema dos jogos), uma pessoa que frequenta a zona, que tem relações sexuais diversificadas (cada dia com uma pessoa diferente, casada ou não), que recebe semanalmente revistas pornográficas e se masturba até não conseguir mais, que dorme até não poder mais, que usa e abusa do corpo da forma que lhe agrada, que faz o que bem quiser se entorpecendo na hora que entender é normal! Isso é o que a sociedade ensina: Temos que ser livres! Mas temos que te dizer que os vícios são uma desgraça! Por que? Porque todo vício é um pecado! Qualquer um que seja!
Analisemos: todo aquele que se entrega ao pecado torna-se escravo dele. Não é isso que acontece com cada pessoa que tem um vício?
Ninguém começa bebendo de porre, transando com muitas pessoas de repente, assistindo mil programas ao mesmo tempo. O vício começa aos poucos: é beber um pouquinho aqui, uma novelinha ali, um tapinha na maconhinha em outro canto, etc. E assim vai... Como o pecado não satisfaz a pessoa vai querer sempre mais. E além de não satisfazer se multiplica!
Então alguém que começa a fumar hoje, pode ser que fume meio maço por dia. Então, em pouco tempo está fumando um maço inteiro, daqui a pouco dois, três, e quando nem se percebe a pessoa não consegue mais parar de fumar. A mesma coisa é com outras drogas, com o sexo, com as bebidas, com os jogos, com a tv, com qualquer coisa. E QUANDO NOS ACOSTUMAMOS, QUE SIGNIFICA QUE NOS ENTREGAMOS A ESSE PECADO, NOS TORNAMOS ESCRAVOS.
Então pedimos a Deus que nos liberte desse vício! Por que Ele não liberta? Porque não queremos! Não é realmente nossa vontade, porque alimentamos o desejo disso ou daquilo e não queremos largar o vício, porque é gostoso, é uma fuga dos problemas da vida... É mais fácil viver com os vícios! Para a pessoa, porque para quem vive do lado é um verdadeiro inferno!
O pecado é gostoso mas tem uma consequência, como toda escolha na nossa vida. Quais consequências as escolhas que você fez, ou está fazendo agora, está tendo na sua vida? Temos a oportunidade de escolher o bem ou o mal. Precisamos aprender a escolher o bem em todas e em cada uma das situações. Está em nossas mãos...
Mas temos uma notícia maravilhosa para nós ou outras pessoas que estão viciadas, que estão presas ao pecado e não conseguem se libertar, que não vivem mas os vícios vivem nela: Jesus Cristo morreu na cruz, pagou o preço dos nossos vícios, carregou o fardo dos nossos pecados, sofreu pelas nossas escolhas erradas, de todos os lados foi humilhado por causa dos nossos crimes. E agora? Somos livres por meio de Cristo! Não há mais porque ficar vivendo no vício! Não há mais motivo para ser preso ao pecado.
"Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que seja reduzido à impotência o corpo (outrora) subjugado ao pecado, e já não sejamos escravos do pecado." (Rm .6,6)
Não há mais sentido em se entregar ao pecado. O grande lance de hoje é estar preso a Cristo, é se entregar a Jesus.
"Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo." (Gl 6,14)
Que loucura de amor. São Paulo tornou-se um só com Cristo. Seu coração estava unido a Cristo Jesus ao extremo; essa união gera vida e não morte, como no caso da união ao pecado. Por Cristo, com Cristo e em Cristo precisamos nos divorciar e romper com os vícios, com os pecados. Relembramos a passagem de Gálatas que citamos em outra postagem:
"É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão." (Gl 5,1)
Que maravilha; o Senhor nos liberta, nos chama a liberdade; nos chama a vida plena. Ninguém que está preso pode ter uma vida em plenitude. É necessário romper com os vícios, com o pecado e tudo que nos afasta de Deus, para estarmos mais pertos do Senhor.
"Quando éreis escravos do pecado, éreis livres a respeito da justiça. Que frutos produzíeis então? Frutos dos quais agora vos envergonhais. O fim deles é a morte. Mas agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes por fruto a santidade: e o termo é a vida eterna. Porque o salário do pecado é morte, enquanto o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor." (Rm 6,20)
E agora? Somos livres e libertos do pecado; fazer o que da vida, além de estar unidos a Cristo, como São Paulo esteve? Temos que ser radicais: viver a loucura do Evangelho com todo o nosso ser. É a reparação que fazemos também; como para compensar uma vida de pecados, longe do Senhor. Mas de que forma?
Você já deve ter percebido, e ainda mais confirmado através do parágrafo acima, que há uma coisa que separa e divide a lei e o amor. Muitos dizem que quem não vive a lei não ama. Mas será que quem vive a lei ama verdadeiramente? É uma garantia ou certeza? Tem que ser totalmente o contrário, ou apenas são mais coisas para nos manter escravos.
"Então que é a lei? É um complemento ajuntado em vista das transgressões, até que viesse a descendência a quem fora feita a promessa; foi promulgada por anjos, passando por um intermediário. Mas não há intermediário, tratando-se de uma só pessoa, e Deus é um só. Portanto, é a lei contrária às promessas de Deus? De nenhum modo. Se fosse dada uma lei que pudesse vivificar, em verdade a justiça viria pela lei; mas a Escritura encerrou tudo sob o império do pecado, para que a promessa mediante a fé em Jesus Cristo fosse dada aos que crêem. Antes que viesse a fé, estávamos encerrados sob a vigilância de uma lei, esperando a revelação da fé. Assim a lei se nos tornou pedagogo encarregado de levar-nos a Cristo, para sermos justificados pela fé. Mas, depois que veio a fé, já não dependemos de pedagogo, porque todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo." (Gl 3,19-26)
Será que você entendeu o que acabou de ler? A lei tem um valor provisório amado e amada de Deus! A lei é um modo que Deus usou no Antigo e no Novo Testamento para nos conduzir a Cristo Deus, o Deus de amor; quando isso acontece a lei perde a utilidade.
"Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor." (1Jo 4,7-8)
Com esse maravilhoso ensinamento de São João, o discipulo do amor de Deus, que reclinava no coração de Jesus, aprendemos que na verdade, não é tanto quem acredita, quem vive todas as leis, quem faz isso ou aquilo que é de Deus, que é nascido de Deus, que vive com Jesus mesmo, mas APENAS QUEM AMA! Isso pode ser um fator de discernimento para nós!
Então para saber se uma pessoa é de Deus ou não, basta percebermos se ela ama ou não: se amar ela é de Deus; caso contrário ela não é de Deus! O que mais importa na vida de um seguidor de Cristo: a lei ou o amor? É a mesma coisa de perguntar: você conhece Jesus ou você ama Jesus? Você sabe que Deus existe pelo que conhece ou pelas experiências de amor que você tem Ele?
E é engraçado que muitos que vão responder: Eu amo Jesus! Eu amo o Senhor! Eu tive uma experiência de amor com Deus! Eu conheço o seu amor! Mas se esse recusa e odeia um irmão(a), por menor que seja, não está nele o amor de Deus!
Que experiência com Deus tiveram essas pessoas que odeiam outras pessoas? NENHUMA! O perdão, que é uma característica comum em pessoas que amam, está distante desses que odeiam. Ou seja, não há amor por Deus coisa nenhuma. E pior aqueles que dizem que amam a Deus por medo de ser castigados. Esses saíram da prisão do pecado e estão presos na prisão da lei. Para viver o amor, basta não ser preso e não prender ninguém com as leis:
"No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor. Mas amamos, porque Deus nos amou primeiro. Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê. Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão." (1Jo 4,18-21)
Sabe o que é engraçado!? A chave para abrir essa cadeia está prórimo de nós; mas nós preferimos continuar na hipocrisia da lei. Quem ama faz mais do que a lei pede. Quem ama, pode nem conhecer a Deus, mas reconhecemos que essa pessoa é Deus por causa da forma como vive, pelo seu amor.
Não adianta nada dizer que nasceu de novo se não ama. Não adianta nada cumprir tudo o que a lei manda. Sem o amor qualquer mandamento ou lei são vazios, qualquer coisa que façamos será vazia. Por isso São Paulo escreve a belíssima espístola aos Coríntios falando da Excelência do amor, que resume o que estamos falando:
"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria! A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará. A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança. Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido. Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade." (1Cor 13,1-13)
O Senhor nos faz livres para viver o amor e nada pode nos preender. Nada pode nos afastar do amor de Deus! Nada pode nos impedir de viver o amor pleno, com Deus e com os homens aqui, enquanto durarem os séculos. QUEM AMA NÃO PASSA, MAS PERMANECE ETERNAMENTE...
Superamos todas as coisas com o amor! E tendo a consciência de que amor não é apenas um sentimentalismo, mas uma decisão, decidamos hoje por amar, e veremos como as coisas mudam na nossa vida. O amor tudo transforma!
Mesmo que tenhamos vivido uma vida com Deus apenas baseada na leis; façamos essa experiência e nos entreguemos de corpo e alma ao amor e apliquemos em todas as áreas, em todos os aspectos da nossa vida, de todas as formas possíveis, e mesmo que cometamos muitos erros, até nisso o amor apagará os nossos erros.
"Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados. " (1Pd 4,8)
Que o Senhor Deus nos ajude a ser livres do pecado e da lei, para viver o amor!
