sexta-feira

A alegria do perdão

Mas que coisa, não é mesmo? Esse ano de 2014 está uma glória! Como está difícil manter as atualizações semanais desse maravilhoso roteiro espiritual que é o blog O Céu na Terra* Temos sido cobrados por pessoas que o acompanham a cada semana e têm sentido falta da direção espiritual, física e psicológica...
Mas para todos que além de acompanhar, rezam conosco e seguem os roteiros que propomos, estamos aqui, para dar continuidade do nosso seguimento de Cristo.
Não se iluda: nossa caminhada não termina enquanto não criarmos céu com nossa vida, com nossos atos, palavras e pensamentos, e deixarmos rastros de céu, caminho seguro que trilhamos, que nos leva ao céu e que pode levar a todos que também o seguem. Se você está disposto: VAMOS JUNTOS NESSA TRILHA!
Sempre estivemos em comunhão com a Igreja, mas por indicação do nosso glorioso vigário de Cristo sobre a Terra, o maravilhoso e amado sumo-pontífice, o papa Francisco, nesse ano vamos nos dedicar à alegria. Em sua última exortação apostólica, "Evangelii Gaudium" (A alegria do Evangelho, caso se interesse leia na íntegra: http://www.news.va/pt/news/primeira-exortacao-apostolica-de-papa-francisco-te), escrita para toda a Igreja, o papa tem chamado a atenção dos católicos do mundo todo para a vivência da alegria.
Na primeira linha está escrito: 'A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam libertar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria. Quero, com esta Exortação, dirigir-me aos fiéis cristãos a fim de os convidar para uma nova etapa evangelizadora marcada por esta alegria e indicar caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos'.
Não parece que o papa escreve aqui no blog? Ele fala de caminho, dá uma direção, indica um percurso para trilharmos. Graças a Deus! Vamos acolher essa maravilhosa exortação e nos alegrar nessa noite com um tema que gera alegria no nosso corpo, na nossa alma e no nosso espírito.
Por isso, não perca tempo e dedique um breve momento para a leitura dessa postagem que vai acrescentar muito conhecimento e encher de alegria aqueles que estão afastados do Senhor, todos que não conhecem ao Senhor, pessoas que andam meio entristecidas, aqueles que estão desanimados na caminhada, aqueles que sentem que falta algo em seu coração, e para todos os que precisam: lhes apresentamos a alegria do perdão!
Em outros momentos já exploramos o perdão dos homens e o perdão de Deus. E postagens assim são muito acessadas porque o povo de Deus tem consciência da sua natureza, que é inclinada ao pecado, pois com exceção da Virgem Maria e de Jesus Cristo, todos fomos concebidos com o pecado original.
Todos nós pecamos e vamos continuar pecando enquanto estivermos nessa Terra, a não ser que tenhamos a graça de Deus, alcancemos um nível místico como o de São Pio de Pietrelcina ou de outros santos que chegaram num nível tão elevado de santidade que já, neste mundo, viviam como viveremos no céu, ou seja, sem nenhum pecado, conservados na graça de Deus (acesse as duas postagens com a marcação "Graça de Deus"). Sendo assim, correspondamos plenamente ao chamado de Deus para todos os batizados:
"Santificai-vos, e sede santos, porque eu sou o Senhor, vosso Deus. Sereis para mim santos, porque eu, o Senhor, sou santo; e vos separei dos outros povos para que sejais meus". (Lv 20,7.26)
Mas o que tem a ver a santidade com o perdão? Tem tudo a ver!
O BEATO JOÃO PAULO II DIZIA QUE SANTO É PECADOR QUE NÃO DESISTE NUNCA. E COMO ALGUÉM PODE NÃO DESISTIR NUNCA? RECONHECENDO SEUS ERROS, ASSUMINDO SEUS PECADOS E ENTREGANDO-OS AO SENHOR JESUS, POIS ELES JÁ FORAM PERDOADOS NA CRUZ, PELO SANGUE DERRAMADO DO NOSSO SALVADOR!
Muitas pessoas hoje são tristes e vivem na tristeza porque agem como se não pecassem, mantém uma imagem de tão santos e tão perfeitos, que têm medo de mostrarem o que realmente são. Todos nós ficamos marcados e manchados pelo pecado que cometemos um dia ou outro do nosso passado ou do nosso presente.
Os grandes e verdadeiros homens e mulheres de Deus (que ainda não sejam místico e pequem por causa da sua natureza) do século XXI são aqueles que têm consciência do seu pecado, das suas fraquezas, das suas limitações, que conhecem a si próprios, só que não aceitam essa natureza, não se entregam a ela e lutam com todas as suas forças contra o pecado e suas influências.
Sabe o que temos visto grandemente na Igreja hoje? Pessoas que desistem de lutar, pessoas que optam por não mais lutar por não acreditarem que seja possível vencer o pecado, pessoas que se entregam no começo, na metade ou no final da luta, enquanto a guerra mal tinha começado ou estava prestes a acabar.
Temos que ter consciência que se até Jesus Cristo, no caminho da cruz, carregando nossos pecados, com a chaga que mais lhe doeu, a chaga do seu ombro (cf. São Bernardo de Claraval - tema que exploraremos em outras postagens), caiu três vezes, nós também vamos cair nessa via crucis rumo ao céu, a qual vivemos aqui na Terra.
Veja o que Santo Agostinho dizia sobre esse tema: "Se te desculpas, Deus acusa-te; se te acusas, Deus desculpa-te". É o que nos ensina São João evangelista em sua primeira carta (cf. 1Jo 1,8-9) e que já refletimos em outras postagens. Mas o fato é que muitas pessoas hoje querem esconder seu pecado!
A COISA MAIS BOBA QUE FAZEMOS É QUERER ESCONDER O NOSSO PECADO (DE DEUS E DOS HOMENS) E MOSTRAR AOS OUTROS QUE SOMOS PERFEITOS QUANDO NÃO SOMOS AINDA. TEMOS QUE TER A CORAGEM DE VIVER NA VERDADE E DEIXAR QUE A VERDADE DE JESUS NOS TRANSFORME, NOS MOLDE, NOS CONVERTA E NOS DÊ A GRAÇA DE VIVER UMA VIDA NOVA, E EM ABUNDÂNCIA.
Então, a primeira atitude que indicamos nessa primeira parte é reconhecer nosso pecado e ter a coragem de apresentá-lo ao Senhor, assumindo todas as consequências que foram geradas, por piores que sejam, pois Deus tem o poder de transformar todas as coisas, se Ele quiser, para nos dar a graça de nos corrigir.
Por isso que começamos com o texto do profeta Baruc. O povo de Deus, separado a dedo, consagrado, repleto de bençãos, graças especiais, proteção e promessas do Senhor, com muitos privilégios entre todas as nações, porque serviam ao Deus único e verdadeiro, se desviaram constantemente da presença de Deus.
É por essa razão que Deus fez uma aliança com seu povo e quer fazer com cada um de nós. Isso significa compromisso, alimento sólido (que refletiremos em outras postagens)! 
Mas com o passar do tempo, o povo de Deus sempre se esquecia da aliança com o Senhor e buscava outros meios de resolver os problemas, de buscar a sua felicidade e em outros deuses o sentido da sua vida. Por esse motivo, o Senhor sempre enviava seus mensageiros, levantava profetas e pessoas ungidas para lembrar o povo sobre sua aliança de amor.
De tanto pecar e de tanto irritar o Senhor, mesmo com os profetas, o povo de Deus sofreu os castigos de ser tirado da terra que jorrava leite e mel e Deus permitiu que fossem levados como escravos para a Babilônia. Muitas vezes isso é o que acontece com cada um de nós.
Quando estamos assim, mesmo conhecendo Deus, fazendo tudo o que lhe desagrada, e mesmo assim o Senhor insistindo na misericórdia e nos perdoando, chega um momento em que ficamos cegos por causa do nosso pecado, das nossas más paixões e inclinações perversas do nosso coração. Precisamos então de alguém (um amigo, uma pessoa de Deus, um parente) que abra os nossos olhos e nos ajude a enxergar de novo. QUE DEUS LEVANTE NESSE MOMENTO PESSOAS PARA AJUDAR VOCÊ A VOLTAR ENXERGAR!
É isso que o profeta Baruc fez quando o povo de Deus estava cativo como escravo entre os babilônios. Então ele recomendou a confissão dos pecados. Vamos acompanhar a oração que ele indicou ao povo, e que hoje indica a nós fazermos com nossas palavras. É verdade que o texto é grande, mas compensa lê-lo até o final...
"Orai pela saúde de Nabucodonosor, rei da Babilônia, e pela vida de seu filho Baltasar, a fim de que elas sejam como uma vida celeste na Terra. Que o Senhor nos dê força e ilumine os nossos olhos para que vivamos à sombra de Nabucodonosor, rei de Babilônia, e de seu filho Baltasar, e que a eles sirvamos por longos dias e gozemos de seus favores. Rogai também ao Senhor, nosso Deus, por nós, porque pecamos contra ele, e a sua cólera ainda não se desviou de nós. Tomai conhecimento deste livro que vos enviamos para que dele façais a leitura pública no templo, nos dias de festas e de assembleias religiosas. Eis o que direis: O Senhor, nosso Deus, é justo. Nós, porém, devemos, hoje, corar de vergonha, nós, homens de Judá e habitantes de Jerusalém, nossos reis e príncipes, sacerdotes, profetas e nossos pais, porque pecamos contra o Senhor. Nós lhe desobedecemos; recusamo-nos a ouvir a voz do Senhor, nosso Deus, e a seguir os mandamentos que nos deu. Desde o dia em que o Senhor tirou nossos pais do Egito até agora, persistimos em nos mostrar recalcitrantes contra o Senhor, nosso Deus, e, em nossa leviandade, recusamos escutar-lhe a voz. Por isso, como agora o vemos, persegue-nos a calamidade assim como a maldição que o Senhor pronunciara pela boca de Moisés, seu servo, quando este fez com que saíssem do Egito nossos pais, a fim de nos proporcionar uma terra que mana leite e mel. Contudo, a despeito dos avisos dos profetas que nos enviou, não escutamos a voz do Senhor, nosso Deus. Seguindo cada um de nós as inclinações perversas do coração, servimos a deuses estranhos e praticamos o mal ante os olhos do Senhor, nosso Deus. Assim sendo, pôs o Senhor em execução a ameaça que, contra nós, havia pronunciado, e contra os nossos chefes que governavam Israel, os nosso reis e príncipes e todo Israel e Judá; a ameaça de lançar sobre nós calamidades tais como nunca, sob o céu, ocorreram semelhantes ao que se passou em Jerusalém. (Foi visto realizar-se) o que na lei de Moisés se encontra: chegar cada um de nós a comer a carne do filho ou da filha. Entregou-os ao domínio de todos os reinos que nos cercavam, e os tornou objeto de opróbrio e maldição para todos os povos, em cujo meio o Senhor os havia dispersado. Assim passaram a ser súditos em lugar de senhores, porque cometemos o pecado contra o Senhor, nosso Deus, e lhe desatendemos à voz. O Senhor, nosso Deus, é justo. Nós é que hoje devemos corar de pejo, assim como nossos pais. Aconteceram todas as calamidades de que nos ameaçara o Senhor. E nós não (tentamos) abrandar a cólera do Senhor contra nós, renunciando aos pensamentos perversos de nosso coração. E assim, o Senhor que velava sobre a calamidade, desencadeou-a sobre nós. Todavia, o Senhor é justo em todos os acontecimentos que nos impôs porque nenhuma atenção prestamos ao seu aviso que consistia em seguir os mandamentos que o Senhor nos havia imposto. E agora, Senhor, Deus de Israel, que fizestes sair o vosso povo do Egito pela força de vossa mão, com milagres e prodígios por um efeito do poder de vosso braço, que criastes um nome até hoje: pecamos, é verdade, e procedemos como ímpios, Senhor, nosso Deus, praticando o mal contra todos os vossos preceitos. Dignai-vos desviar de nós a vossa cólera, porque não passamos de uns poucos restantes entre as nações pelas quais nos dispersastes! Atendei, Senhor, à nossa prece suplicante e, por vosso amor, salvai-nos. Fazei-nos encontrar perdão ante os olhos daqueles que nos deportaram, a fim de que o mundo saiba que vós sois o Senhor, nosso Deus. Porventura não é de vosso nome que provém o de Israel e de sua linhagem? Lançai, Senhor, o vosso olhar sobre nós lá do alto de vossa morada santa e atendei à nossa voz. Inclinai vossos ouvidos, Senhor, a fim de nos ouvir. Abri os vossos olhos, e volvei-os sobre nós! Não são os mortos das moradas subterrâneas, cujo sopro se lhes desprendeu das entranhas, que rendem glória ao Senhor, (e louvam) sua justiça, e sim a alma (viva), por mais acabrunhada que esteja de tristeza, aquele que caminha curvado e esfalfado, o olhar desfalecido, e a alma a penar de fome - estes vos rendem glória e louvam a vossa justiça, ó Senhor. Não é em nome dos méritos de nossos pais e reis que vos apresentamos nossa súplica, Senhor, nosso Deus. Pois (é com razão) que desencadeastes sobre nós a vossa cólera e furor, como o predissestes por intermédio dos profetas, vossos servos". (Br 1,11-2,20)
Algumas pessoas ainda falam mal contra esse blog, que é errado esse negócio de Céu na Terra; mas veja se o próprio Baruc não recomendava o povo para orassem por Nabudonosor e seu filho Baltasar, a fim de que eles vivessem uma vida celeste na Terra! É ver para crer! É crer para ver!
Mas vamos lá: a recomendação inclui orações e uma exortação para todos abrirem os olhos. Quantos de nós, perante as injustiças, as dificuldades, as tribulações, os momentos difíceis, as contrariedades da vida, culpamos Deus pela nossa infelicidade e tormentos, sendo que o que passamos é fruto do que plantamos e os males que nos afligem são consequências dos nossos pecados.
"Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá". (Gl 6,7)
Como é bom ter a graça de Deus e abrir os nossos olhos ante a realidade que nos cerca, sobre a verdade de quem realmente somos.
QUANTOS DE NÓS PASSAM A VIDA INTEIRA NUMA ILUSÃO! NÃO NOS CONHECEMOS, SÓ FAZEMOS E PRATICAMOS O MAL, CRIAMOS INFERNOS NA TERRA, PECAMOS CONSCIENTEMENTE E SEM PENSAR NAS CONSEQUÊNCIAS, NÃO NOS IMPORTAMOS COM AS PESSOAS AO NOSSO REDOR. SOMOS ORGULHOSOS, MESQUINHOS, PREGUIÇOSOS, ACUSADORES, INVEJOSOS, MALICIOSOS E GOSTAMOS DE FICAR FALANDO DOS PECADOS DOS OUTROS! 
Algumas pessoas precisam de um choque para acordar para a vida, senão permanecerão sempre dormindo sob o jugo suave e enganador do pecado! Outros precisam de uma chacoalhada com carinho, pois, caso contrário, ficam ainda mais revoltados. Outras pessoas precisam ouvir conselhos. Outros precisam de um jeito carinhoso e fraterno de exortação. Mas em todos os casos, todos precisamos de oração para sermos corrigidos.
O arrependimento é um dom de Deus. E só temos essa vida para nos arrepender dos nossos pecados! Esse negócio de reencarnação é uma palhaçada do espiritismo que a Bíblia condena e chama atenção claramente para os riscos dessa contaminação e essas ideias frívolas.
"Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo". (Hb 9,27)
Não tem como arrepender-nos depois que morrermos! Podemos pensar assim: 'Se posso me arrepender até o meu último suspiro, como o bom ladrão (São Dimas) que foi perdoado e salvo na última hora por Jesus na cruz porque se arrependeu e confessou seus pecados, vou deixar para me arrepender nos últimos momentos da minha vida!'
Só há dois problemas nessa afirmação: o pecado além de cegar, endurece nossos sentimentos e cria como que uma casca de cera em torno do nosso coração, tirando de nós a sensibilidade, as verdadeiras emoções, nos envolvendo na falsa alegria exterior. Santo Agostinho dizia: "Aqueles que pretendem encontrar a alegria fora de si, facilmente encontram o vazio".
Sabemos que para nos arrependermos verdadeiramente (como refletimos na postagem "Arrepender-se antes de pecar" e que refletiremos em outras postagens) precisamos do fundo do coração cumprir as três exigências básicas para tal: reconhecer o que fizemos e pedir perdão a Deus, sentir o pesar pelo que se fez, ficar contrito de coração e mudar de mentalidade e por fim reparar nossos erros.
E se não der tempo de fazermos isso antes de morrermos, quando estivermos nas últimas? Você vai arriscar perder a sua salvação, deixando para arrepender-se na última hora dos seus pecados, apenas para viver de acordo com seus caprichos, de acordo com as realidades acomodadas, desequilibradas que há dentro de você, que foram deixadas pelos pecados que você cometeu? NUNCA! LARGA DE SER BESTA!
Mas a segunda coisa é que temos que nos corrigir das más inclinações, da concupiscência que o pecado deixa em nós, porque quem não está totalmente purificado e santo não entrará no céu, na glória puríssima do Reino eterno de Deus. 
Temos que tomar consciência de uma verdade: Jesus derramou o sangue na cruz e perdoa todos os pecados que cometemos no passado, que estamos cometendo e que possamos cometer no futuro se reconhecemos nossos pecados e pedimos o seu perdão. Mas as consequências e inclinações que o pecado deixa em nossa alma dependem do nosso esforço e dedicação para serem corrigidas e apagadas. 
Em outras palavras: temos que pagar por todos os pecados que cometemos, não pela causa, porque Jesus já pagou, mas pela consequência, que é a nossa parte, que depende do nosso livre-arbítrio para sermos santos. Pela graça de Deus, existe o purgatório (que vamos refletir e afirmar com a Bíblia sua existência em outras postagens) para pagarmos essas consequências. Mas sabendo disso, você vai preferir viver em pecado até o último dia para sofrer para apagá-los de sua alma durante um tempo enorme de tormentos? NUNCA! LARGA DE SER TOLO!
Mas em tudo isso, onde está a alegria de que estamos falando, sendo que até agora só falamos de pecado, perdão e arrependimento? Justamente, o pecado é o motivo da nossa tristeza, mas precisamos permitir que a alegria seja o motivo da nossa alegria, ensinava Santo Agostinho.
O rei Davi viveu momentos felizes e momentos difíceis em sua vida. Mas num determinado momento, cometeu um pecado absurdo: ficou com a mulher do seu braço direito nas lutas, engravidou-a, tentou forjar um meio de esconder seu pecado, não conseguindo, mandou matar o homem que lutava por seu reino, causou a morte da criança que foi concebida e ainda ficou bem na foto diante do povo. Conseguiu esconder seu pecado!
Foi aí que o profeta Natã foi contar-lhe a historinha das ovelhas para abrir seus olhos. Quando caiu em si e viu o mal que tinha cometido se arrependeu e, diante de Deus, compôs um dos salmos mais belos dos 150 salmos que estão na Bíblia Sagrada: o salmo 50, chamado de MISERERE; é o salmo da misericórdia, onde ele reconhece sua condição, pede perdão e faz um propósito de emenda.
Ele que experimentou a alegria do perdão pôde escrever também, com certeza depois desse episódio, o Salmo 31, onde ele retrata os efeitos do perdão para o ser humano. Vamos acompanhá-lo na íntegra, pois é maravilhoso:
"De Davi. Hino. Feliz aquele cuja iniquidade foi perdoada, cujo pecado foi absolvido. Feliz o homem a quem o Senhor não arguí de falta, e em cujo coração não há dolo. Enquanto me conservei calado, mirraram-se-me os ossos, entre contínuos gemidos. Pois, dia e noite, vossa mão pesava sobre mim; esgotavam-se-me as forças como nos ardores do verão. Então eu vos confessei o meu pecado, e não mais dissimulei a minha culpa. Disse: Sim, vou confessar ao Senhor a minha iniquidade. E vós perdoastes a pena do meu pecado. Assim também todo fiel recorrerá a vós, no momento da necessidade. Quando transbordarem muitas águas, elas não chegarão até ele. Vós sois meu asilo, das angústias me preservareis e me envolvereis na alegria de minha salvação. Vou te ensinar, dizeis, vou te mostrar o caminho que deves seguir; vou te instruir, fitando em ti os meus olhos: não queiras ser sem inteligência como o cavalo, como o muar, que só ao freio e à rédea submetem seus ímpetos; de outro modo não se chegam a ti. São muitos os sofrimentos do ímpio. Mas quem espera no Senhor, sua misericórdia o envolve. Ó justos, alegrai-vos e regozijai-vos no Senhor. Exultai todos vós, retos de coração". (Sl 31,1-11)
É tão bonito e tão maravilhoso esse salmo na teoria. Mas temos que traduzi-lo e aplicá-lo na prática da nossa vida para que sua beleza resplandeça em nosso viver. Mais do que no papel, tem que ser no nosso dia-a-dia.
São felizes aqueles que são perdoados, que têm o pecado absolvido. São felizes aqueles que não têm o mal do pecado guardado no coração, como tesouro da sua vida. São felizes aqueles que tomam a decisão de confessar ao Senhor o pecado e não mais se entregar às dissimulações que o pecado provoca em nós. São felizes aqueles que tem a coragem de saber que o Senhor vai perdoar o pecado, porque fazem a experiência de experimentar o perdão.
O SENHOR NOS PRESERVA DAS ANGÚSTIAS PORQUE NOS ENVOLVE NA ALEGRIA DA SALVAÇÃO, A MAIOR ALEGRIA QUE PODE EXISTIR NESSA VIDA E QUE SERÁ TAMBÉM NA VIDA ETERNA. ELE NOS ENVOLVE COM SUA MISERICÓRDIA INFINITA.
Quantas pessoas são tristes porque acham que seu pecado é muito grande e Deus não será capaz de perdoá-los. Ora, o perdão e a misericórdia de Deus são maiores que qualquer erro ou pecado que podemos cometer, por pior que seja. Não tem como o nosso pecado ser maior que a misericórdia de Deus, pois Ele é infinitamente maior que nós, nosso criador!
Por que devemos estar dispostos a experimentar essa alegria? Porque seremos pessoas 100% melhores, mais santas, mais capazes de fazer as coisas, abertas ao bem e as coisas boas. Quando nos fechamos no nosso pecado, nos fechamos na tristeza, na angústia, abrimos a porta do coração à depressão, a todo tipo de mal.
Qual deve ser a nossa atitude, então, para experimentar tal alegria que estamos retratando e exaltando tanto? A mesma do povo de Deus, quando Baruc terminou de ler o seu livro:
"Leu Baruc este livro em presença de Jeconias, filho de Joaquim, rei de Judá, e de todo o povo, que para tal fim se reunira, dos nobres, príncipes reais, anciãos e de quantos residiam em Babilônia, às margens do rio Sodi, desde os mais simples até os mais elevados. Ao ouvi-lo, puseram-se todos a chorar e a jejuar, orando ao Senhor". (Br 1,3-5)
Vamos chorar, fazer um propósito de jejum e orar nesse momento ao Senhor. Traga ao seu coração sua realidade, para rezar a partir dela:
"Senhor meu Deus, me coloca diante da tua presença. Sei que o Senhor está sempre comigo, mas quero me colocar agora contigo. Quero humilhar meu coração e reconhecer o meu nada. Como eu sou pecador, Senhor... Como sou uma pessoa má, que não consegue progredir... Tento muitas vezes, mas vejo que não saio do lugar, por mais que me esforce...
A verdade é que estou cansado, Senhor Jesus! Estou cansado de caminhar, estou cansado de lutar contra isso que está em mim e que não consigo vencer. Olho para trás e vejo quantas vezes caí, quantas vezes fui infiel, quantas vezes me iludi pensando que o pecado iria me trazer alegria, mas na verdade foi uma euforia, uma coisa momentânea que, em questão de tempo, abandonou-me.
Em função disso, comecei a buscar minha alegria no fundo do pecado. Me afoguei no vício da masturbação, da pornografia, da sexualidade desregrada, na impureza, até mesmo em aberrações, coisas que eu pensei que nunca seria capaz de fazer. Mas eu fiz Senhor, e hoje reconheço que sou escravo do pecado. Não consigo mais me libertar! O fato é que me entreguei ao pecado no começo, pensando que seria feliz e hoje não passo de um triste escravo da concupiscência que ficou em mim. 
Eu comecei na brincadeira com os amigos, vendo quem conseguia beber mais sem ficar bêbado. Brinquei com a bebida e hoje é ela que brinca comigo. Não consigo mais parar de beber. Não sei como parar! Peço tua ajuda e misericórdia, Senhor, pois nem clínica de tratamento e nenhum meio humano pôde me curar, porque além da dependência da carne, existe uma prisão na minha alma. Me deixei convencer que eu não podia mais viver sem esse pecado.
Senhor, confesso que me tornei um viciado nesse jogo, nessa droga, nessa brincadeira, nessa falsa religião, nessa mentira que transformei em verdade em minha vida. Não sou mais livre, mas quero ser, Senhor. O pecado me prendeu de tal forma que estou como o seu povo que ficou escravo na Babilônia.
Mas hoje eu tomo a decisão de romper com tudo isso! Quebra em minha vida os cativeiros que me prendem!
Jesus, o Senhor rasgou o véu do templo, abriu o paraíso que estava fechado, abriu seu coração para acolher a humanidade. O Senhor teve suas mãos e seus abertos pelos pregos dos meus pecados e encravou-os, prendeu-os na cruz para que eu não fosse mais preso. E hoje eu quero de volta a liberdade que eu perdi quando escolhi pelo pecado e deixei o Senhor de lado.
Eu me arrependo de todo o meu coração por todos os pecados que cometi em minha vida. Hoje caem escamas dos meus olhos e eu consigo enxergar, pela ação do teu Espírito Santo, como fui tolo, como fui enganado e como eu me deixei enganar. Quanto tempo eu perdi, quanto tempo vive longe da Tua presença.
Quanto tempo vivi sem Te amar, porque amei o meu pecado. Me perdi amando as criaturas, as coisas e deixei de amar o maravilhoso criador, que merece meu amo. É como Santo Agostinho dizia: TARDE TE AMEI SENHOR! Tarde demais te amei, tarde demais decide romper com o pecado. Mas como ele também dizia, antes tarde do que nunca.
Como é bom poder confessar esses pecados que por muito tempo foram o motivo da minha tristeza e fizeram com que eu me esquecesse do Senhor, do qual provém minha verdadeira alegria, e me contentasse com a euforia, a alegria momentânea do mundo.
Olho para minha história e mergulho toda ela no Senhor nesse momento (conte a Jesus os detalhes que marcam sua história).
Quero te louvar e te agradecer por tamanho amor e misericórdia do Senhor! Me sinto perdoado! Me sinto amado! Me sinto acolhido! Me sinto restaurado! Me sinto totalmente encharcado por tua paz, por tua presença, por tua graça. É como São Paulo dizia: onde abundou o pecado, superabundou a graça. Te louvo porque eu era triste, mas hoje sou feliz e alegre porque vou caminhar animado pelo teu Espírito de alegria.
Te adoro, Pai Santo, por me dar a graça do teu perdão! Te bendigo, Espírito Santo, alegria do Pai e do Filho em mim. Te exalto e te rendo com toda alegria da minha alma a glória e adoração. Te amo, Senhor. Obrigado por teu perdão! Aleluia. Amém!"
Nos deixemos envolver pelo "Oceano de misericórdia" do Senhor, na voz de Anjos de Resgate: http://www.youtube.com/watch?v=vcFSM_MIbLg
Vamos nos deixar envolver por essa alegria do "Reencontro" com Jesus, na voz de Adriana Arydes: http://www.youtube.com/watch?v=j5gCvembGaw
Com Rodrigo Ferreira da banda Louvor e Glória, vamos pedir ao Senhor a graça de voltar ao "Jardim da Inocência": http://www.youtube.com/watch?v=_w7hV-wyLds
Vamos nos alegrar no Senhor com o Nando Mendes cantando "Por isso eu te louvo": http://www.youtube.com/watch?v=EyYX2N2KryI
"Ó vós, fiéis do Senhor, cantai sua glória, dai graças ao seu santo nome. Porque a sua indignação dura apenas um momento, enquanto sua benevolência é para toda a vida. Pela tarde, vem o pranto, mas de manhã, volta a alegria". (Sl 29,5-6)

Conscientes dessa alegria que decorre e surge em nossa alma e em todo o nosso ser pela confissão e pelo perdão dos nossos pecados, possamos experimentar sempre com mais veemência a graça da alegria que vem do perdão. Pode ser que seja necessário fazer uma penitência, chorar com toda a alma, se arrepender de todo o coração, mas, verdadeiramente, só pode sorrir de verdade aquele que chora muito.
Esse sim, sorri, ri e vive numa alegria verdadeira e duradoura, sem medo de ser feliz!

Que Deus nos abençoe e nos dê a graça de experimentar muito mais a alegria do perdão!